sábado, 18 de setembro de 2010

Reflexões sobre Educação em Dora Incontri

Há cerca de três meses ouvi o nome de Dora Incontri pela primeira vez, em uma conversa informal durante um almoço na casa de meu pai. A partir dai, passei a me dedicar à leitura e ao estudo de uma de suas mais belas obras: o livro "A Educação segundo o Espiritismo". Esse livro se tornou meu companheiro inseparável nesses últimos dias. Hoje, com satisfação, e já com um pouco de saudades pelo fim do livro, venho tecer alguns comentários e, como não poderia deixar de fazer, registrar algumas frases de impacto expressas pela autora.  

Inicialmente, é necessário ressaltar que se trata de um livro instigante e inquientante. Daqueles que proporcionam uma semana de reflexão por parágrafo lido. Escrito de maneira clara e objetiva, passível de ser compreendido tanto por espíritas quanto por não-espíritas. Dora Incontri traz uma visão de Educação que integra as múltiplas vertentes do desenvolvimento humano, o que preenche de maneira coerente e fundamentada as lacunas da pedagogia atual. É um livro que não pode esperar mais para ser lido.

Eis, a seguir, algumas frases do livro que julguei interessantes, divididas por capítulos: 


IV. Fundamentos da Educação
"Educação é toda influência exercida por um Espírito sobre o outro, no sentido de despertar um processo de evolução. Essa influência leva o educando a promover autonomamente o seu aprendizado moral e intelectual. Trata-se de um processo sem qualquer forma de coação, pois o educador apela para a vontade do educando e conquista-lhe a adesão voluntária para uma ação de aperfeiçoamento." (p. 42)
"Educar é pois elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser." (p. 42)
"Educação intelectual é mais do que isso. É despertar a capacidade de auto-instrução, é formar o pesquisador de verdade, o amante da sabedoria, e provocar um ímpeto de busca e não apenas entregar algumas informações." (p. 45) 

XII. O Educando na Adolescência 
"Num planeta inferior como o nosso, ainda a predominância é do mal. Apesar disso, existem exceções. É preciso procurá-las com atenção." (p. 125)
"É claro que para se ter personalidade e ser diferente dos outros, não é preciso adotar atitudes que choquem a maioria, apenas com o objetivo de ser original. Pode-se perfeitamente usar calça jeans e ter uma cabeça própria. Mas é preciso proporcionar a oportunidade de reflexão e crítica, em que o indivíduo construa seu raciocínio e sua visão de mundo, sob a inspiração de pessoas elevadas e ideias sensatas e não se deixe invadir pelas vagas, confusas e incoerentes visões, que lhe chegam de toda a parte." (p. 126)

XVI. A Educação Moral 
"A moralidade é o pano de fundo, sobre o qual todas as outras qualidades do Espírito ganham brilho. O atraso moral, ao contrário, ofusca as mais belas conquistas da inteligência e da criatividade, da Ciência e da Arte." (p. 152)
"...pois quando, nas mínimas ações, perseveramos na execução até o final, vamos aprendendo a dominar a vontade." (p. 157) 

XVII. Educação Intelectual
"A concepção mais comum e ainda vigente em nosso sistema escolar é baseada muito mais na memória de conteúdos prontos do que num real desenvolvimento da mente." (p. 165)
"O próprio progresso material e tecnológico, científico e humanista do mundo está nos indicando algo que deve fazer parte do nosso Espírito: o empenho permanente de aprender e renovar-se, descobrir e elevar-se." (p. 165)
"A tecnologia hoje contribui para a democratização do conhecimento, pelas mídias e pela informática. [...] O que resta ao homem? Tudo. A criação, a interpretação subjetiva, filosófica, a sensibilidade, o julgamento crítico, a interação global do conhecimento..."
(p. 165-6)


Um comentário:

Dayse Paula Mena disse...

Dá pra concluir que a realidade educacional de hoje está completamente distorcida.