"Acredito no desenvolvimento profissional baseado no domínio do conteúdo, óbvio. Mas sinto que é insuficiente. Não importa que questões você está perguntando se, enquanto você as faz, os alunos estão correndo pela sala de aula." (por Elizabeth Green, publicado no The New York Times em 07/03/2010).
Quando começo a ler textos sobre educação, tudo parece ficar tão óbvio, tão claro. Chego a não entender porque há tanta dificuldade em transformarmos o contexto da educação brasileira. Mas percebo que é a falta de informação, ou melhor, a falta de interesse por essas informações, que contribui para mantermos uma prática estagnada, se não regressiva.
O problema é cada um querer ir por si, achar que é bom o suficiente e que é capaz de promover educação sozinho. Infelizmente ainda há muita ignorância nesse meio docente. Mas, como já dizia Paulo Freire, educação é política, não éh? E como é de conhecimento geral da nação, o problema da política é especificamente a ignorância. Sendo assim, a solução seria lutar contra ela. Mas como?
Simplesmente não me atrevo a pensar em estretégias para essa batalha. Até porque das muitas que já existem, apenas de mínima parte tenho conhecimento. Vou aqui, portanto, lutando contra a minha própria ignorância, estudando e praticando, estudando mais e praticando ainda mais. É quase que uma musculação docente. Sei que não vou conseguir mudar o mundo, mas se eu ficar musculoso já tá bom!
AbraÇOs
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Construindo um Professor Melhor
Eis alguns trechos do artigo 'Construindo um Professor Melhor', publicado no jornal The New York Times, em 7 de março de 2010, por Elizabeth Green.
"Matemáticos precisam entender o problema apenas para si mesmos; professores de matemática precisam conhecer matemática e saber como 30 mentes podem entendê-la ou (des)entendê-la, e levar cada uma dessas mentes do não saber ao domínio. E precisam fazer isso em 45 minutos ou menos."
"Isso não era nem puro conhecimento do conteúdo nem aquilo que os educadores chamam de conhecimento pedagógico, um conjunto de fatos que independem do conteúdo da disciplina [...] Ball chamou isso de Conhecimento Matemático para Ensinar (ou M.K.T. na sigla em Inglês)."
"Ele teorizou que isso incluía tudo o que se compreende como matemática comum, entendida pela maioria dos adultos, até a matemática que apenas os professores precisam saber [...] ou qual é o sentido dos erros mais comuns e cotidianos que os alunos tendem a cometer quando começam a aprender."
"No coração do M.K.T. estava a habilidade de sair de sua própria cabeça, de descentrar-se. Ensinar depende do que as outras pessoas pensam, disse Ball, não do que você pensa."
Só pra eu não esquecer mais pra frente. Vou pensar sobre isso e volto a escrever.
Até mais.
"Matemáticos precisam entender o problema apenas para si mesmos; professores de matemática precisam conhecer matemática e saber como 30 mentes podem entendê-la ou (des)entendê-la, e levar cada uma dessas mentes do não saber ao domínio. E precisam fazer isso em 45 minutos ou menos."
"Isso não era nem puro conhecimento do conteúdo nem aquilo que os educadores chamam de conhecimento pedagógico, um conjunto de fatos que independem do conteúdo da disciplina [...] Ball chamou isso de Conhecimento Matemático para Ensinar (ou M.K.T. na sigla em Inglês)."
"Ele teorizou que isso incluía tudo o que se compreende como matemática comum, entendida pela maioria dos adultos, até a matemática que apenas os professores precisam saber [...] ou qual é o sentido dos erros mais comuns e cotidianos que os alunos tendem a cometer quando começam a aprender."
"No coração do M.K.T. estava a habilidade de sair de sua própria cabeça, de descentrar-se. Ensinar depende do que as outras pessoas pensam, disse Ball, não do que você pensa."
Só pra eu não esquecer mais pra frente. Vou pensar sobre isso e volto a escrever.
Até mais.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
E eu que pensei que seria fácil
Como ficou explícito no meu último post, eu pensei que fosse ser fácil escrever sobre o tema que vem perturbando minhas idéias nos últimos tempos. MAS QUE ILUSÃO! Somente quando parei para escrever foi que descobri que não tenho condições de fazê-lo. Pelo menos não por enquanto. Quem sabe daqui uns 40 anos...
Só pra não deixar o clima de mistério, vou falar do que se trata. Na verdade eu queria descrever o que entendo por EDUCAÇÃO. Eu bem que tentei, mas não consegui. Simplesmente porque não sei. Tudo o que tenho são conjecturas e hipóteses que a experiência se encarrega de refutar. Assim fica difícil!
Mas para não perder a viagem, e para não deixar que este post vire apenas mais um desabafo sem nexo, acho interessante comentar o último fato que me inspirou algumas boas reflexões acerca do tema Educação.
Aconteceu em uma das minhas aulas de canto, de terça-feira à noite. O professor lá falando, falando e eu cá pensando, pensando... Às vezes aproveitava algumas das palavras dele para acrescentar às minhas idéias. Mas, de repente, fui obrigado a abandonar minha introspecção para reverenciar uma surpreendente metáfora.
Dizia ele que, logo quando começamos as aulas de canto, ele pediu para que eu cantasse algumas músicas e percebeu que eu tentava ajuntar vários artifícios musicais de maneira descoordenada. Nesse sentido, informou que sua intenção seria me fazer conhecer cada um daqueles artifícios, de maneira a dominá-los, controlá-los e coordená-los.
Ora, o que mais poderia ser Educação se não um processo de conhecimento das próprias potencialidades de modo a dominá-las, controlá-las e coordená-las? Afinal, nossa vida não é mesmo um cantar descoordenado quando não temos educação?
Simples e objetivo, não?
Nem tanto!!!
Educação é isso sim. Mas isso não é tudo.
E o tudo?
Sobre o tudo a gente pode conversar daqui uns 40 anos...
Mas para não perder a viagem, e para não deixar que este post vire apenas mais um desabafo sem nexo, acho interessante comentar o último fato que me inspirou algumas boas reflexões acerca do tema Educação.
Aconteceu em uma das minhas aulas de canto, de terça-feira à noite. O professor lá falando, falando e eu cá pensando, pensando... Às vezes aproveitava algumas das palavras dele para acrescentar às minhas idéias. Mas, de repente, fui obrigado a abandonar minha introspecção para reverenciar uma surpreendente metáfora.
Dizia ele que, logo quando começamos as aulas de canto, ele pediu para que eu cantasse algumas músicas e percebeu que eu tentava ajuntar vários artifícios musicais de maneira descoordenada. Nesse sentido, informou que sua intenção seria me fazer conhecer cada um daqueles artifícios, de maneira a dominá-los, controlá-los e coordená-los.
Ora, o que mais poderia ser Educação se não um processo de conhecimento das próprias potencialidades de modo a dominá-las, controlá-las e coordená-las? Afinal, nossa vida não é mesmo um cantar descoordenado quando não temos educação?
Simples e objetivo, não?
Nem tanto!!!
Educação é isso sim. Mas isso não é tudo.
E o tudo?
Sobre o tudo a gente pode conversar daqui uns 40 anos...
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Reaquecendo os motores
Sai que faz muito tempo que não posto nada neste blog. Parece que tudo por aqui andou meio esquecido, mas garanto que não é nem por falta de interesse, nem por fala de vontade.
Quase todos os dias acesso esta página e fico lendo e relendo os textos anteriores e esperando a próxima inspiração. Encaro isso como um exercício, uma atividade interessante.
E essa inspiração sempre vem!!!
Dá vontade de escrever sobre tudo.
Mas sobre tudo o que? São tantas coisas...
E é ai que está o problema!
Tenho lido muitos blogs em que os donos pensam que estão escrevendo em um diário. Escrevem todos os seus dramas e frustrações, como que para limpar a chaminé.
Acho realmente muito pertinente essa atitude de descarregar tudo o que se está sentindo; ajuda a reorganizar as idéias. Mas qual é a vantagem de mostrar isso publicamente?
Meu último post foi um desses descarregos. Relendo-o várias vezes, percebo que não está de acordo com o que pretendia para meu blog. Por isso que parei de escrever.
Já fazem quase 9 meses que não escrevo mais nada. Mas encaro esses 9 meses não como uma falta de interesse em continuar escrevendo, mas como um processo de gestação. Assim também se defendia Friedrich Nietsche, não é mesmo? Pois é, acho que aprendi com ele!
Vim aqui hoje apenas para informar que esse período de gestação parece estar chegando ao fim. Parece que consegui amadurecer algumas idéias - coisas simples - mas provavelmente muito em breve elas estarão apresentadas aqui.
Saudações e até a próxima!
Quase todos os dias acesso esta página e fico lendo e relendo os textos anteriores e esperando a próxima inspiração. Encaro isso como um exercício, uma atividade interessante.
E essa inspiração sempre vem!!!
Dá vontade de escrever sobre tudo.
Mas sobre tudo o que? São tantas coisas...
E é ai que está o problema!
Tenho lido muitos blogs em que os donos pensam que estão escrevendo em um diário. Escrevem todos os seus dramas e frustrações, como que para limpar a chaminé.
Acho realmente muito pertinente essa atitude de descarregar tudo o que se está sentindo; ajuda a reorganizar as idéias. Mas qual é a vantagem de mostrar isso publicamente?
Meu último post foi um desses descarregos. Relendo-o várias vezes, percebo que não está de acordo com o que pretendia para meu blog. Por isso que parei de escrever.
Já fazem quase 9 meses que não escrevo mais nada. Mas encaro esses 9 meses não como uma falta de interesse em continuar escrevendo, mas como um processo de gestação. Assim também se defendia Friedrich Nietsche, não é mesmo? Pois é, acho que aprendi com ele!
Vim aqui hoje apenas para informar que esse período de gestação parece estar chegando ao fim. Parece que consegui amadurecer algumas idéias - coisas simples - mas provavelmente muito em breve elas estarão apresentadas aqui.
Saudações e até a próxima!
sábado, 23 de janeiro de 2010
Será que o sonho acabou?
Parece que nada mais me faz ter ânimo para voltar à escola. Parece que nada mais me motiva, inspira, comove ou impulsiona. Tudo parece tão frio, sem sentido, grande, determinado, conformado, outorgado. E todos os sonhos e os ideais, as expectativas e os planos, as idéias e as convicções, eram como castelos de areia que com o soprar do vento vão se desfazendo, e hoje já não existem mais. O que esperar do futuro? Será que esta é uma prova de que fiz a escolha errada? Ou será que estou vivendo uma provação para testar minha aptidão para a carreira de educador? Enfim, quantas coisas terei que mudar em mim para conseguir aceitar que eu não posso mudar o mundo? E se tenho que admitir que não posso mudar o mundo, será que então o sonho acabou?
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Desabafo de professor, no dia do professor
Pois é, mais um 15 de outubro: DIA DOS PROFESSORES!
"Dia dos professores não trabalharem... Dia de ficarem matando aula..." Foi o que ouvi hoje cedo de uma vizinha, que ainda completou: "Que absurdo, meus filhos nunca têm aula; têm que ficar todos os dias em casa..." Esse certamente foi um ótimo início de dia. Mas não parou por ai. Ao entrar hoje no Orkut para ver meus recados, deparei-me com a seguinte mensagem: "Oi professor chato, Feliz dia dos Professores. Só não te dou presente porque você não merece!"
Revoltas à parte, confesso que não esperava receber tantas mensagens de cumprimento por esse dia. Além desses inconvenientes, já li tanta coisa boa hoje que até me inspirei para vir aqui escrever. Quero dar minha contribuição para homenagear esse profissional tão desvalorizado no contexto social atual; esse que quase sempre se sente frustrado por não conseguir educar os filhos dos outros; esse que sonha com a simples possibilidade de um dia viver num mundo melhor, acreditando que um dos principais fatores que contribuem para a realização desse sonho é a educação.
Sem entrar no âmbito da generalização, quero falar sobre a minha concepção de professor. E tenho tanta coisa pra falar que nem sei por onde começar. Vou começar falando que ser professor foi uma das tarefas mais frustrantes que já realizei na vida, pois sempre tentei dar o melhor de mim e fazer as coisas da melhor forma possível, mas ainda não obtive bons resultados. Eu até admitiria que o erro está em mim, em minha prática, se não tivesse certeza de que cerca de 90% dos professores também passam por isso, porém sem falarem abertamente. Essa é uma verdade que se constata simplesmente observando!
Quase todos os dias, dentro da escola, ouço frases do tipo: "Mas você é tão novo! Porque vai ficar sofrendo dando aula? Você tem muito potencial pra ficar desperdiçando aqui. Escolhe qualquer outra coisa, certamente você terá muito mais sucesso profissional." Devo admitir que, querendo ou não, uma hora vou ser obrigado a aceitar esse conselho. Realmente não é possível viver simplesmente sendo professor nos dias de hoje. A Engenharia que me aguarde! Mas mesmo trabalhando em outra coisa, sinto que nunca deixarei de ser professor.
Como ouvi certa vez, de um senhor extremamente inteligente que coordena o grupo de crisma na minha comunidade, "professor não é uma profissão, é um sacerdócio!" Acredito que ser professor é uma arte, uma ciência, uma filosofia... É a consciência da incompletude, é a sede por conhecimento, é uma reunião de enfrentamentos, é a necessidade de luz e ao mesmo tempo a própria luz. Um professor é muito mais professor para si mesmo do que para os alunos, na incessante tarefa de tornar seus conhecimentos tácitos em explícitos. Professor é um ser raso que, por ter consciência disso, almeja se tornar profundo.
Quando penso no contexto da educação no mundo atual, quase não consigo esconder minha decepção. Sempre me pego tentando encontrar culpados pelo fracasso da escola. Mas ultimamente tenho pensado nisso de uma forma diferente. Acho que o ser humano ainda não tem amadurecimento suficiente para compreender e reger esse complexo sistema que é o da educação. Ainda temos muito a evoluir para descobrirmos qual o verdadeiro papel do professor, se é que este termo "professor" ainda existirá no futuro...
Não me lembro muito bem, mas li uma vez, no livro 'Escritos da Maturidade' de Albert Einstein, alguma coisa dizendo que a educação deve ser livre e democrática, e uma forma de se atingir isso é tirando o poder do professor. Percebo que estamos realmente convergindo para algo desse tipo. É necessário desorganizar completamente o antigo sistema para gerar uma nova organização. Se não conseguimos ver resultados em curto prazo, talvez as próximas gerações possam conceber uma nova forma de se encarar a educação.
E nesse sentido eu começo a pensar que não tem fundamento dizer que os jovens de hoje não têm valores morais, pois, na verdade, o que são valores morais? Essa é uma questão muito particular... Eu, enquanto professor, tenho que deixar que meus alunos vivam todas as inovações e experiências que acompanham a geração deles. Ainda não sei se é correto afirmar isso, mas acho que é o professor que tem que se adaptar às mudanças comportamentais da atualidade. Não adianta julgar os alunos por ouvirem funk, usarem roupas curtas ou falarem de sexo cada vez mais cedo. Essa é a realidade e cabe a nós aceitarmos e adequarmos nosso trabalho a esse contexto.
Não sei se realmente concordo com tudo isso que escrevi no último parágrafo, mas tentarei esclarecer melhor minhas idéias e volto a escrever sobre isso num próximo post! Até mais.
"Dia dos professores não trabalharem... Dia de ficarem matando aula..." Foi o que ouvi hoje cedo de uma vizinha, que ainda completou: "Que absurdo, meus filhos nunca têm aula; têm que ficar todos os dias em casa..." Esse certamente foi um ótimo início de dia. Mas não parou por ai. Ao entrar hoje no Orkut para ver meus recados, deparei-me com a seguinte mensagem: "Oi professor chato, Feliz dia dos Professores. Só não te dou presente porque você não merece!"
Revoltas à parte, confesso que não esperava receber tantas mensagens de cumprimento por esse dia. Além desses inconvenientes, já li tanta coisa boa hoje que até me inspirei para vir aqui escrever. Quero dar minha contribuição para homenagear esse profissional tão desvalorizado no contexto social atual; esse que quase sempre se sente frustrado por não conseguir educar os filhos dos outros; esse que sonha com a simples possibilidade de um dia viver num mundo melhor, acreditando que um dos principais fatores que contribuem para a realização desse sonho é a educação.
Sem entrar no âmbito da generalização, quero falar sobre a minha concepção de professor. E tenho tanta coisa pra falar que nem sei por onde começar. Vou começar falando que ser professor foi uma das tarefas mais frustrantes que já realizei na vida, pois sempre tentei dar o melhor de mim e fazer as coisas da melhor forma possível, mas ainda não obtive bons resultados. Eu até admitiria que o erro está em mim, em minha prática, se não tivesse certeza de que cerca de 90% dos professores também passam por isso, porém sem falarem abertamente. Essa é uma verdade que se constata simplesmente observando!
Quase todos os dias, dentro da escola, ouço frases do tipo: "Mas você é tão novo! Porque vai ficar sofrendo dando aula? Você tem muito potencial pra ficar desperdiçando aqui. Escolhe qualquer outra coisa, certamente você terá muito mais sucesso profissional." Devo admitir que, querendo ou não, uma hora vou ser obrigado a aceitar esse conselho. Realmente não é possível viver simplesmente sendo professor nos dias de hoje. A Engenharia que me aguarde! Mas mesmo trabalhando em outra coisa, sinto que nunca deixarei de ser professor.
Como ouvi certa vez, de um senhor extremamente inteligente que coordena o grupo de crisma na minha comunidade, "professor não é uma profissão, é um sacerdócio!" Acredito que ser professor é uma arte, uma ciência, uma filosofia... É a consciência da incompletude, é a sede por conhecimento, é uma reunião de enfrentamentos, é a necessidade de luz e ao mesmo tempo a própria luz. Um professor é muito mais professor para si mesmo do que para os alunos, na incessante tarefa de tornar seus conhecimentos tácitos em explícitos. Professor é um ser raso que, por ter consciência disso, almeja se tornar profundo.
Quando penso no contexto da educação no mundo atual, quase não consigo esconder minha decepção. Sempre me pego tentando encontrar culpados pelo fracasso da escola. Mas ultimamente tenho pensado nisso de uma forma diferente. Acho que o ser humano ainda não tem amadurecimento suficiente para compreender e reger esse complexo sistema que é o da educação. Ainda temos muito a evoluir para descobrirmos qual o verdadeiro papel do professor, se é que este termo "professor" ainda existirá no futuro...
Não me lembro muito bem, mas li uma vez, no livro 'Escritos da Maturidade' de Albert Einstein, alguma coisa dizendo que a educação deve ser livre e democrática, e uma forma de se atingir isso é tirando o poder do professor. Percebo que estamos realmente convergindo para algo desse tipo. É necessário desorganizar completamente o antigo sistema para gerar uma nova organização. Se não conseguimos ver resultados em curto prazo, talvez as próximas gerações possam conceber uma nova forma de se encarar a educação.
E nesse sentido eu começo a pensar que não tem fundamento dizer que os jovens de hoje não têm valores morais, pois, na verdade, o que são valores morais? Essa é uma questão muito particular... Eu, enquanto professor, tenho que deixar que meus alunos vivam todas as inovações e experiências que acompanham a geração deles. Ainda não sei se é correto afirmar isso, mas acho que é o professor que tem que se adaptar às mudanças comportamentais da atualidade. Não adianta julgar os alunos por ouvirem funk, usarem roupas curtas ou falarem de sexo cada vez mais cedo. Essa é a realidade e cabe a nós aceitarmos e adequarmos nosso trabalho a esse contexto.
Não sei se realmente concordo com tudo isso que escrevi no último parágrafo, mas tentarei esclarecer melhor minhas idéias e volto a escrever sobre isso num próximo post! Até mais.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Você já pensou em como você aprende?
Hoje acordei com uma vontade estranha de escrever sobre aprendizagem. Será que é grave?? Acho que não! Tenho lido tantas besteiras em blogs por ai que estou até revendo meus conceitos (e preconceitos) quanto à valorização das minhas idéias. Talvez tenha sim alguma utilidade um texto escrito por um cara leigo, mas com sede de filosofia, ou talvez um cientista novato, mas não menos curioso... Gostou ou quer mais? Heheheheheh. Vamos aos fatos.
Tudo começou quando minha professora de Psicologia da Pós-Graduação, Ana Lúcia Manrique, pediu, na aula, para que fizessemos uma redação com o título "Como eu aprendo?". Nesse momento eu me dei conta de que nunca havia parado para pensar nisso. Fiz um texto meio de qualquer jeito lá na hora, pois não havia tempo para muitas reflexões. Contudo, a partir disso, passei a me deparar constantemente com momentos de reflexão sobre questões do tipo: como eu aprendo? por que eu aprendo? o que é importânte aprender? e blá-blá-blá.
Fiquei tão fissurado pelo assunto que, no início das aulas deste ano, a primeira atividade que propus aos meus alunos do ensino médio foi: "Escreva uma redação com o título 'Como eu aprendo?'". O resultado foi surpreendente! Muitos dos alunos escreveram que, assim como eu, nunca haviam pensado nisso antes. Alguns deram depoimentos de revolta com relação à escola, que deixa muito a desejar, e com relação aos colegas, que tumultuam as aulas e atrapalham a concentração. Outros, porém, conseguiram caracterizar de maneira brilhante, salvas suas limitações, seu próprio processo de aprendizado, e ainda complementaram o tema respondendo a questões relativas ao "porquê aprender" e ao "o quê é importante aprender".
Depois dessa experiência, voltei a pensar no texto que tinha escrito na aula da Pós e resolvi refazê-lo. Hoje percebo que minhas reflexões têm me surpreendido um pouco. Acho que estou no meio de um processo de ampliação da concepção que tinha sobre aprendizagem, que é consequência das novas respostas que tenho obtido para as questões acima.
Pelo que me lembro, houve um tempo em que eu considerava o aprendizado como um ato em sim mesmo, ou seja, aprender simplesmente por aprender. Mas hoje o simples aprender por aprender já não faz tanto sentido para mim. Continuo sim considerando o ato de aprender como uma das tarefas mais prazerosas que posso realizar, mas já não quero mais aprender qualquer coisa, de qualquer jeito.
Dizer que nem professores nem alunos estão seguros e preparados para responder questões relativas a como, porquê e o quê é importânte aprender é, no mínimo, otimista. Eu ouzaria dizer que muitos alunos e professores me chamariam de ridículo por estar interessado por este assunto, afinal de contas a gente aprende porque é importânte, importânte para a vida, para poder ser alguém, e ser alguém é importânte para ter um emprego, e ter um emprego é importânte para a vida, e ter uma vida é importânte porque... Ah, porque sim!
Tudo começou quando minha professora de Psicologia da Pós-Graduação, Ana Lúcia Manrique, pediu, na aula, para que fizessemos uma redação com o título "Como eu aprendo?". Nesse momento eu me dei conta de que nunca havia parado para pensar nisso. Fiz um texto meio de qualquer jeito lá na hora, pois não havia tempo para muitas reflexões. Contudo, a partir disso, passei a me deparar constantemente com momentos de reflexão sobre questões do tipo: como eu aprendo? por que eu aprendo? o que é importânte aprender? e blá-blá-blá.
Fiquei tão fissurado pelo assunto que, no início das aulas deste ano, a primeira atividade que propus aos meus alunos do ensino médio foi: "Escreva uma redação com o título 'Como eu aprendo?'". O resultado foi surpreendente! Muitos dos alunos escreveram que, assim como eu, nunca haviam pensado nisso antes. Alguns deram depoimentos de revolta com relação à escola, que deixa muito a desejar, e com relação aos colegas, que tumultuam as aulas e atrapalham a concentração. Outros, porém, conseguiram caracterizar de maneira brilhante, salvas suas limitações, seu próprio processo de aprendizado, e ainda complementaram o tema respondendo a questões relativas ao "porquê aprender" e ao "o quê é importante aprender".
Depois dessa experiência, voltei a pensar no texto que tinha escrito na aula da Pós e resolvi refazê-lo. Hoje percebo que minhas reflexões têm me surpreendido um pouco. Acho que estou no meio de um processo de ampliação da concepção que tinha sobre aprendizagem, que é consequência das novas respostas que tenho obtido para as questões acima.
Pelo que me lembro, houve um tempo em que eu considerava o aprendizado como um ato em sim mesmo, ou seja, aprender simplesmente por aprender. Mas hoje o simples aprender por aprender já não faz tanto sentido para mim. Continuo sim considerando o ato de aprender como uma das tarefas mais prazerosas que posso realizar, mas já não quero mais aprender qualquer coisa, de qualquer jeito.
Dizer que nem professores nem alunos estão seguros e preparados para responder questões relativas a como, porquê e o quê é importânte aprender é, no mínimo, otimista. Eu ouzaria dizer que muitos alunos e professores me chamariam de ridículo por estar interessado por este assunto, afinal de contas a gente aprende porque é importânte, importânte para a vida, para poder ser alguém, e ser alguém é importânte para ter um emprego, e ter um emprego é importânte para a vida, e ter uma vida é importânte porque... Ah, porque sim!
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